Processo de transformação dos Correios em S.A. avança em Brasília e trabalhadores se mobilizam contra

Foi notícia na edição de ontem (09) da Folha de São Paulo e amplamente reproduzido em outros meios de comunicação uma matéria intitulada “Governo vai ampliar atuação dos Correios – entre as mudanças previstas, está a permissão para que a empresa atue com remessa de recursos de brasileiros no exterior”. De acordo com a publicação, os detalhes da reestruturação, que deve ser feita por Medida Provisória, foram discutidos esta semana entre o ministro das Comunicações, Hélio Costa, e o presidente Luís Inácio Lula da Silva e a intenção da novidade é tornar a empresa mais competitiva.

Uma das vantagens alegadas por Costa é que, com a reestruturação, a empresa ganharia autorização para fechar contratos mais longos com o setor aéreo para o transporte de cargas, que atualmente são anuais, o que de acordo com o ministro impede que a empresa economize até 30% do valor pago atualmente, se o contrato fosse por 5 anos.


E o trabalhador, como fica?

Os trabalhadores dos Correios vêem com desconfiança essa proposta de reestruturação do governo, principalmente pela intenção de sua transformação em Sociedade Anônima (S..A.), o que consideram um primeiro passo para sua privatização, já que com ela, o capital da ECT seria aberto à iniciativa privada.

O Seminário Nacional Contra a Privatização da ECT, realizado no RJ nos dias 30 e 31 de janeiro, organizado pelo Bloco dos 17 Sindicatos e Oposições Sindicais, teve como tema de discussão a transformação dos Correios em S.A., e contou com a participação dos estudiosos Edgar Fernandes Neto, do ILAESE (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócio-Econômicos) e Pedro Paulo, da corrente Ecetistas em Luta, que em suas exposições, apresentaram os riscos para o trabalhador que existem no relatório do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) responsável pela reestruturação dos Correios.

A realização do evento é mais uma iniciativa do Bloco para que os trabalhadores possam se organizar no sentido de impedir que os Correios, hoje empresa 100% pública, seja privatizado, colocando em risco o sustento dos seus trabalhadores da categoria.

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